Monday, May 26, 2014

Eu míope e ele hipermetrope





Sua mão viajando. Pelos eriçados. Um arrepio leve sobe minha espinha vertebral. Calafrio. Mas sem frio, nunca tive frio perto de você. Seu olhar acolhedor ou o riso fácil, nunca deixaram a desejar. Você verão, e eu inverno. Eu o extremo e você o calmo. Me explica como isso aconteceu, pois ainda não caiu a ficha. Um dia de total imersão e no outro, profunda perdidão. 

Meus olhos fechados imaginando os seus sobre mim, analisando cada detalhe e curvatura do meu rosto. Querer saber o que se passa pela sua cabeça quando você me olha assim. Mas não digo nada. É como se sua calmaria tomasse conta da minha tempestade e fizesse por alguns momentos as ondas pararem. Sensação boa. Sensação ótima. Me pergunto se você sabe o efeito que tem sobre mim, ou que teria sobre qualquer garota. Prefiro até não saber. 

Sorrio de leve. O melhor tipo. Pele quente e macia. Penso mil coisas. As ignoro. Só vivo, só sinto, só sei. Nada mais. Nem precisa. Os sussurros no ouvido, de voz trêmula, são suficientes. Qualquer dúvida ou desconfiança passa. Já sei, você é mágico. Olho para a janela e de volta a você, que já quase se deixa levar pelo sono. Impossível um ser tão autêntico, penso. Onde você se escondeu nos anos anteriores? 

Tanto contraste, mas com saturação balanceada. Você gostava de me ver de longe, sentia seus olhos me observando. Mas eu te observava de perto, miopia e seus benefícios, cada centímetro do seu rosto e de suas expressões. Abraço apertado. Desejo de ter o controle sobre o infinito. 

Você tem belos olhos. Acordo.

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